Uma brisa gentil
Não me lembro do tempo que faz, mas pouco tenho certeza de que não é. Estávamos a mangueira e eu dando água às plantas do jardim (naquele tempo era eu quem tomava conta do jardim) quando uma brisa um tanto gentil passou por nós. Passou também pelos ciprestes, e os quatro sacudiram-se saudando a brisa. Então observei os ciprestes e aborrecido pensei que estavam mais ou menos da mesma altura da semana anterior. O mais alto, de dois metros, foi o que mais se inclinou na saudação. Estava a ponto de ficar irritado com tanta morosidade quando tropecei num balde cheio de água e tomei um banho involuntário.
Minha pressa lembrou-me de uma história contada pelo Adamastor, meu escudeiro importado do Sul da África e que já teve boas relações com o Luís. Qual Luís? Ora, ora, aquele Vaz de Camões, que registrou a historio do Adamastor em “Os Lusíadas”. Voltando ao Adamastor, ele me contou que um amigo seu, texano daqueles de chapéu, foi visitar a Inglaterra. Não muito longe de Londres conheceu um castelo e ficou deslumbrado. O palácio, impondo-se aos prédios menores, o parque, com seus gramados e jardins imensos, tudo era perfeito.
De volta ao Texas, depois de ter conversado longamente com o dono do castelo, durante um chã ao ar livre, contratou um arquiteto e um agrônomo e os mandou para a Europa. Copiassem tudo, até os mínimos detalhes. Suas ordens foram cumpridas, e o texano reproduziu nos EUA o castelo que conhecera no velho mundo. Até a inclinação da colina, suas ondulações, tudo foi copiado.
leia mais...